Petróleo

Conceito de Petróleo

O petróleo é um líquido viscoso, insolúvel em água e menos denso do que esta, correspondendo a uma mistura de um grande número de compostos, principalmente hidrocarbonetos.

Importância do Petróleo

É impossível viver hoje em dia sem petróleo. O petróleo é matéria-prima de muitos materiais, como, por exemplo, plásticos para saquinhos, enchimento de colchões, tintas, combustíveis, lubrificantes, solventes etc.

Resíduos Petrolíferos e Derrames

Os resíduos petrolíferos são, basicamente, hidrocarbonetos que vão originar diversas fontes de poluição no meio marinho.
Mais de quatro milhões de toneladas de petróleo são lançadas ao mar por ano, por meio de:

  • exploração de poços de petróleo no mar;
  • limpeza dos tanques dos petroleiros e acidentes com estes;
  • refinarias e instalações petroquímicas costeiras;
  • resíduos urbanos;
  • carreamento por águas das chuvas em áreas urbanas;
  • carreamento pelas águas dos rios;
  • barcos de pesca ou recreação;
  • infiltrações naturais;
  • precipitação atmosférica.

Esse tipo de poluição provoca a morte de muitos animais, origina as praias sujas de petróleo e de outros tipos de hidrocarbonetos, mas, mais grave ainda, são os efeitos “subletais” que aparecem nas espécies marinhas, levando ao seu desaparecimento em certos meios e provavelmente originando doenças ao homem.
Petróleo derramado por navios-tanques causa a morte de numerosas aves marinhas.

Petróleo derramado por navios-tanques causa a morte de numerosas aves marinhas
Petróleo derramado por navios-tanques causa a morte de numerosas aves marinhas

Como limpar derramamentos de petróleo?

Existem várias técnicas de combate à poluição dos oceanos pelo petróleo:

  • o afundamento;
  • a utilização de detergentes;
  • a combustão;
  • a recolha mecânica (por intermédio de bomba);
  • a degradação biológica.

A escolha da técnica a ser utilizada vai depender das condições ambientais e do tamanho do derramamento.

A técnica do afundamento tem efeitos nocivos sobre a flora e fauna dos fundos oceânicos. Uma vez afundado, cobre os sedimentos do fundo do mar e destrói toda a vida aí existente no espaço de alguns meses.

Também não muito aconselhável é o sistema de detergentes, que consiste na dissolução do petróleo. Os detergentes espalham-no, permitindo a dissolução das porções mais tóxicas, que atingem grandes concentrações. Esse processo não se revelou muito eficaz, pois o complexo petróleo-detergente é mais tóxico que o petróleo isolado, e a sua biodegradação é mais lenta.

A combustão consiste em queimar o petróleo como forma de o eliminar, mas as altas temperaturas atingidas aumentam a solubilidade de componentes tóxicos, tornando-o um processo não muito viável.

A recolha mecânica é ideal, salvo em difíceis condições atmosféricas, pois não fere o ambiente.

Na degradação biológica, as bactérias decompõem o petróleo em substâncias mais simples. Essas bactérias são extraídas do amido do milho, vivendo enquanto houver petróleo para degradar. Para digerir 1 litro de petróleo, as bactérias consomem o oxigênio de 327 litros de água, o que agrava o risco de asfixia do mar.

Poluição na Baía de Guanabara

No começo do ano 2000, aconteceu um desastre ecológico no mar do Rio de Janeiro. Uma refinaria de petróleo deixou vazar 1.292 toneladas de óleo na Baía de Guanabara, bem perto das praias cariocas, no dia 18 de janeiro. É uma quantidade muito grande, equivalente a quatro milhões de latinhas de refrigerante (só que cheias de petróleo) no mar.

O pior é que o vazamento atingiu os manguezais de Guapimirim, uma Área de Proteção Ambiental com fauna e flora riquíssimas, onde vivem mamíferos, peixes, crustáceos e aves. A limpeza dos manguezais é muito difícil, pois ali existe muita lama e vegetação cerrada. A limpeza das águas foi feita com bombas que puxam o óleo para barcos especiais. O óleo que chega até a praia é absorvido com grandes folhas de palha. Essas são medidas que ajudam, mas não resolvem de vez a poluição.

Mas a Guanabara não ficou em paz: um novo derramamento aconteceu no dia 26 de junho e, em 25 de julho, um navio não identificado espalhou milhares de litros de óleo diesel em suas águas. O desastre foi tão grande que a Baía pode levar mais de dez anos para se recuperar.

O DNA do petróleo (Fonte: Petrobrás)

O ácido desoxirribonucléico (DNA) é uma molécula encontrada nos seres vivos e que contém todas as informações genéticas codificadas. Com a transformação de matéria orgânica em petróleo, estruturas moleculares presentes nos organismos, conhecidas como biomarcadores, foram preservadas. Portanto, o petróleo também possui o seu DNA.

Fazendo-se um teste de DNA do petróleo, pode-se conhecer a procedência da região sedimentar de onde o óleo foi extraído. Vamos supor que apareceu na superfície do mar da costa brasileira uma grande mancha de óleo. Alguns milititros desse petróleo são encaminhados para o Centro de Pesquisas da Petrobras, e, em 24 horas, os cientistas têm condições de apontar de que parte do mundo se origina esse petróleo. Nesse Centro de Pesquisas há 700 amostras do código genético de petróleo extraído em 65 países. O petróleo de uma bacia é diferente do petróleo de outra bacia. Assim, pode-se saber se a mancha foi causada por um escape natural de petróleo indicando a existência de petróleo naquela região, ou se algum navio deixou vazar o produto.